24 janeiro 2012

AUMENTAM OS PREÇOS DOS TRANSPORTES CONTINUA A DEGRADAÇÃO DOS SERVIÇOS

Os preços dos transportes colectivos de passageiros, nomeadamente, ferroviários, vão aumentar no próximo dia 1 de Fevereiro, em média 5%, enquanto os serviços oferecidos aos passageiros continuam a não corresponder às necessidades dos mesmos, como é o caso da Linha do Oeste.

Trata-se do segundo aumento dos preços dos transportes em poucos meses, que penaliza dramaticamente todos aqueles que precisam do comboio para se deslocarem com regularidade, em particular, os trabalhadores e os reformados, confrontados com a redução real dos salários e pensões, em resultado do agravamento dos impostos e dos preços dos bens e serviços essenciais. E também, no caso dos jovens estudantes, a quem o Governo retirou o passe social específico.

Estes aumentos são tão mais inaceitáveis, no caso da Linha do Oeste, quanto os serviços prestados aos utentes ficam muito àquem dos níveis de qualidade e eficácia exigíveis, em matéria de horários, duração das viagens e conforto do material circulante e estações.

Os transportes públicos de passageiros, neste caso o comboio, são um serviço público com uma importância social determinante. Não podem ser postos em causa, como o estão a ser com os aumentos dos preços, a extinção dos passes sociais e a eliminação de serviços.

O próximo aumento dos preços é ainda, no caso da Linha do Oeste, um novo “empurrão” para afastar os utentes do transporte ferroviário, já de si sujeitos a um serviço de baixa qualidade.

Entretanto, continua na ordem do dia, a possibilidade do encerramento do serviço de transporte de passageiros entre as Caldas da Rainha e a Figueira da Foz, apesar de o Governo ter adiado o encerramento, previsto inicialmente para o final do ano passado.

A intenção governamental mantém-se pelo que é preciso dar continuidade à luta até aqui travada nos mais diversos planos e com a mesma persistência.

A Comissão Para a Defesa da Linha do Oeste considera significativas as conclusões do estudo da Plataforma, apresentado recentemente, já que desmonta, por um lado, a argumentação do Plano de Transportes do Governo, para encerrar o serviço de transporte de passageiros entre as Caldas da Rainha e Figueira da Foz; e, por outro, apresenta um conjunto de propostas quase sem custos, que poderão melhorar a qualidade dos serviços prestados aos utentes e, que a serem aceites pelo Governo e concretizadas pela CP, poderão contribuir para a manutenção do serviço de transporte de passageiros, no troço a norte das Caldas da Rainha, mas com influência positiva também a sul.

Continuamos, contudo, a considerar que o futuro da Linha do Oeste só ficará garantido quando for concretizado o projecto da sua requalificação, no quadro da definição do transporte ferroviário como um elemento estratégico do desenvolvimento económico e social do País e da região.

Mas para a concretização deste objectivo é necessário que as populações e em particular os utentes continuem a luta, com novas iniciativas, pelo que a Comissão Para a Defesa da Linha do Oeste irá promover no próximo dia 3 de Fevereiro, pelas 18.00 horas, um conjunto de vigílias, em simultâneo, junto às estações do Bombarral, Caldas da Rainha, S.Martinho do Porto, Valado de Frades, Martingança, Marinha Grande e Leiria.