30 dezembro 2015

IMPÕE-SE O INVESTIMENTO NA MODERNIZAÇÃO DA LINHA DO OESTE

As notícias vindas a lume sobre o eventual adiamento, por parte da Infraestruturas de Portugal, do projecto de modernização da Linha do Oeste, incluído no Plano Estratégico dos Transportes (PET), vem lançar acrescidas preocupações sobre o futuro deste eixo ferroviário, de importância estratégica para o desenvolvimento económico e social da região do Oeste e para a melhoria das condições de vida das populações.

O quadro político criado com os resultados das Eleições Legislativas, conduziram o País a uma realidade que poderá criar uma nova oportunidade para a Linha do Oeste, de modernização e consequente requalificação.

Sucessivos governos votaram ao esquecimento a Linha do Oeste, no quadro de uma política de secundarização da ferrovia nacional. A degradação deste eixo ferroviário só não chegou tão longe, graças à luta travada pelas as populações, autarcas, deputados - nem todos! – associações e esta Comissão.

O Plano Estratégico dos Transportes aprovado pelo governo PSD/CDS, incluía um projecto de modernização parcial da Linha do Oeste, ainda assim de longínqua e duvidosa concretização.

Com a nova realidade política, consideramos existirem condições para que o PET seja alterado, de modo a que o transporte ferroviário de passageiros e de mercadorias seja efectivamente considerado estratégico e subsequentemente se concretize a modernização da Linha do Oeste, com:

  • a sua electrificação;
  • a automatização da sinalização;
  • a duplicação da via;
  • o incremento do número de composições;
  • e a adequação dos horários às necessidades das populações;
  • o aumento do conforto do material circulante e das estações;
  • e a definição de um plano de articulação regional de transportes colectivos de passageiros.

A Comissão Para a Defesa da Linha do Oeste considera imperioso que o Governo intervenha no sentido de ser concretizada prioritariamente, entre outros projectos na ferrovia nacional, a modernização da Linha do Oeste, pelo que solicitou já ao Secretário de Estado dos Transportes, uma reunião para apresentar as preocupações e exigências quanto ao presente e ao futuro da Linha.

Consideramos que importa continuar a desenvolver todas as acções de ordem institucional e popular, que visem garantir a modernização e a requalificação da Linha do Oeste.


23 agosto 2015

QUANTAS MAIS TRAGÉDIAS SÃO PRECISAS PARA MODERNIZAR A LINHA DO OESTE?










A muito recente ocorrência de um acidente na passagem de nível de Dois Portos, na Linha do Oeste, que envolveu uma viatura ligeira e um comboio, com consequências muito trágicas, conforme o noticiado, realçam a urgente necessidade de concretizar a modernização da Linha do Oeste.

Este processo, na opinião da Comissão Para a Defesa da Linha do Oeste, também passa pelo desnivelamento dos cruzamentos da Linha com as rodovias, em particular, as de maior fluxo de tráfego rodoviário, como é o caso da passagem de nível onde agora ocorreu o acidente.

Contudo, o actual governo, tal como os que o antecederam, continua a apostar em investimentos na ferrovia que nada têm a ver com a consolidação e modernização da Rede Ferroviária Nacional, ao serviço dos interesses do País e das populações.

Optando antes por concretizar projectos que satisfazem apenas os interesses do grande capital internacional, como o do "tgv" Sines-Caia, adiam as modernizações na Linha do Norte e na Linha do Oeste e a reabilitação de outros troços ferroviários de importância determinante para as populações e o desenvolvimento regional e local, ao mesmo tempo que não fazem quaisquer investimentos em material circulante, com consequências negativas em matéria de segurança e de conforto para os utentes.

No caso concreto da Linha do Oeste, impõe-se a aprovação de um plano de modernização, cujo início de concretização deverá acontecer em prazos mais exactos e inferiores aos anunciados pelo governo e que deverá ir para além da electrificação e automatização do troço entre Caldas da Rainha e Meleças.

É preciso electrificar e duplicar a Linha do Oeste, entre Meleças e Louriçal; implementar horários adequados às necessidades das populações e articulados com os transportes rodoviários de passageiros; modernizar o material circulante; reabrir estações encerradas e dotar todas as estações de conforto e informação em tempo sobre a circulação de comboios.