23 agosto 2015

QUANTAS MAIS TRAGÉDIAS SÃO PRECISAS PARA MODERNIZAR A LINHA DO OESTE?










A muito recente ocorrência de um acidente na passagem de nível de Dois Portos, na Linha do Oeste, que envolveu uma viatura ligeira e um comboio, com consequências muito trágicas, conforme o noticiado, realçam a urgente necessidade de concretizar a modernização da Linha do Oeste.

Este processo, na opinião da Comissão Para a Defesa da Linha do Oeste, também passa pelo desnivelamento dos cruzamentos da Linha com as rodovias, em particular, as de maior fluxo de tráfego rodoviário, como é o caso da passagem de nível onde agora ocorreu o acidente.

Contudo, o actual governo, tal como os que o antecederam, continua a apostar em investimentos na ferrovia que nada têm a ver com a consolidação e modernização da Rede Ferroviária Nacional, ao serviço dos interesses do País e das populações.

Optando antes por concretizar projectos que satisfazem apenas os interesses do grande capital internacional, como o do "tgv" Sines-Caia, adiam as modernizações na Linha do Norte e na Linha do Oeste e a reabilitação de outros troços ferroviários de importância determinante para as populações e o desenvolvimento regional e local, ao mesmo tempo que não fazem quaisquer investimentos em material circulante, com consequências negativas em matéria de segurança e de conforto para os utentes.

No caso concreto da Linha do Oeste, impõe-se a aprovação de um plano de modernização, cujo início de concretização deverá acontecer em prazos mais exactos e inferiores aos anunciados pelo governo e que deverá ir para além da electrificação e automatização do troço entre Caldas da Rainha e Meleças.

É preciso electrificar e duplicar a Linha do Oeste, entre Meleças e Louriçal; implementar horários adequados às necessidades das populações e articulados com os transportes rodoviários de passageiros; modernizar o material circulante; reabrir estações encerradas e dotar todas as estações de conforto e informação em tempo sobre a circulação de comboios.