A
muito recente ocorrência de um acidente na passagem de nível de
Dois Portos, na Linha do Oeste, que envolveu uma viatura ligeira e um
comboio, com consequências muito trágicas, conforme o noticiado,
realçam a urgente necessidade de concretizar a modernização da
Linha do Oeste.
Este
processo, na opinião da Comissão Para a Defesa da Linha do Oeste,
também passa pelo desnivelamento dos cruzamentos da Linha com as
rodovias, em particular, as de maior fluxo de tráfego rodoviário,
como é o caso da passagem de nível onde agora ocorreu o acidente.
Contudo, o actual governo, tal como os que o antecederam, continua a apostar em investimentos na ferrovia que nada têm a ver com a consolidação e modernização da Rede Ferroviária Nacional, ao serviço dos interesses do País e das populações.
Optando
antes por concretizar projectos que satisfazem apenas os interesses
do grande capital internacional, como o do "tgv"
Sines-Caia, adiam as modernizações na Linha do Norte e na Linha do
Oeste e a reabilitação de outros troços ferroviários de
importância determinante para as populações e o desenvolvimento
regional e local, ao mesmo tempo que não fazem quaisquer
investimentos em material circulante, com consequências negativas em
matéria de segurança e de conforto para os utentes.
No
caso concreto da Linha do Oeste, impõe-se a aprovação de um plano
de modernização, cujo início de concretização deverá acontecer
em prazos mais exactos e inferiores aos anunciados pelo governo e que
deverá ir para além da electrificação e automatização do troço
entre Caldas da Rainha e Meleças.
É
preciso electrificar e duplicar a Linha do Oeste, entre Meleças e
Louriçal; implementar horários adequados às necessidades das
populações e articulados com os transportes rodoviários de
passageiros; modernizar o material circulante; reabrir estações
encerradas e dotar todas as estações de conforto e informação em
tempo sobre a circulação de comboios.