É URGENTE ATRIBUIR MAIS COMBÓIOS
DE PASSAGEIROS À LINHA DO OESTE
As recentes e sucessivas
supressões de comboios verificadas na Linha do Oeste, estão a ser provocadas
pela dramática falta de composições a diesel que a CP enfrenta e que era
previsível perante a ausência de investimento neste tipo de material durante
anos e anos.
E, segundo foi transmitido pelo
Conselho de Administração da CP à Comissão Para a Defesa da Linha do Oeste, em
reunião realizada no passado dia 14, a situação não será resolvida a curto
prazo porque para além de a CP não ter composições a diesel de reserva que
possam vir substituir as que se vão avariando, também a EMEF não tem capacidade
de resposta para reparar o material. Aliás, vão faltando peças suplentes para
as Allan dos anos 50 e UDD dos anos 60.
A Comissão manifestou a sua
grande preocupação perante a incapacidade de resposta da CP para resolver este
grave problema que à medida que o tempo passa se agravará porque o material
ficará cada vez mais velho e desgastado.
Na nossa opinião, não é
admissível que numa fase em que se confirma a maior procura de passageiros pela
Linha do Oeste, com um crescimento entre 2013 e 2016 de mais de 70 mil utentes,
a CP não tenha condições de resolver este problema no imediato.
A CP é uma empresa pública e a
estratégia política para o investimento que a mesma deve ter cabe ao Governo
definir. Por isso, é imperioso que:
- Seja encontrada uma solução urgente para o reforço do material circulante de passageiros na Linha do Oeste, para pôr cobro às constantes supressões de comboios e à utilização de autocarros em substituição (foi assim que o Ramal da Lousã desapareceu!);
- A CP possa promover com a maior brevidade ao processo de aquisição de novas composições de passageiros, considerando não só o presente como o futuro da Linha.
- O Governo não pode somente decidir a electrificação da Linha do Oeste entre Meleças e Caldas da Rainha, sem considerar a necessidade de aquisição de novo material circulante que responda às necessidades presentes e também às decorrentes da concretização do plano de modernização que deverá ocorrer no início da década de 20.
Em conclusão, do que foi
possível saber nesta reunião com o Conselho de Administração da CP, é preciso:
- Reafirmar a defesa da Linha do Oeste como instrumento indispensável ao desenvolvimento económico e social da Região; como elemento fundamental de ligação a Lisboa e a Coimbra; e, como única alternativa à Linha do Norte.
- Insistir na concretização do plano de modernização (incluindo estações e apeadeiros) e electrificação da Linha, não só entre Meleças e Caldas da Rainha, como daqui até ao Louriçal;
- Dotar, no imediato, a Linha do Oeste, de composições que garantam o cumprimento dos actuais horários, sem constrangimentos devidos a falta de material circulante;
- Exigir que a CP seja autorizada a adquirir, com a maior brevidade, novos comboios para a Linha do Oeste que permitam dar resposta às necessidades presentes, como futuras.
A
Comissão Para a Defesa da Linha do Oeste continua a aguardar que o Secretário
de Estado das Infraestruturas marque a reunião por nós pedida, para expor a
necessidade da intervenção do Governo neste processo, com vista à sua
resolução.
Entretanto,
irão ser solicitadas reuniões com as autarquias que são atravessadas pela
Linha, no sentido de estas se envolverem nesta nova fase da defesa da Linha do
Oeste e brevemente
será anunciada pela Comissão a realização de uma iniciativa pública que marque
o início deste novo processo de luta.