04 abril 2017


É URGENTE ATRIBUIR MAIS COMBÓIOS

DE PASSAGEIROS À LINHA DO OESTE


As recentes e sucessivas supressões de comboios verificadas na Linha do Oeste, estão a ser provocadas pela dramática falta de composições a diesel que a CP enfrenta e que era previsível perante a ausência de investimento neste tipo de material durante anos e anos.

E, segundo foi transmitido pelo Conselho de Administração da CP à Comissão Para a Defesa da Linha do Oeste, em reunião realizada no passado dia 14, a situação não será resolvida a curto prazo porque para além de a CP não ter composições a diesel de reserva que possam vir substituir as que se vão avariando, também a EMEF não tem capacidade de resposta para reparar o material. Aliás, vão faltando peças suplentes para as Allan dos anos 50 e UDD dos anos 60.

A Comissão manifestou a sua grande preocupação perante a incapacidade de resposta da CP para resolver este grave problema que à medida que o tempo passa se agravará porque o material ficará cada vez mais velho e desgastado.

Na nossa opinião, não é admissível que numa fase em que se confirma a maior procura de passageiros pela Linha do Oeste, com um crescimento entre 2013 e 2016 de mais de 70 mil utentes, a CP não tenha condições de resolver este problema no imediato.

A CP é uma empresa pública e a estratégia política para o investimento que a mesma deve ter cabe ao Governo definir. Por isso, é imperioso que:

  • Seja encontrada uma solução urgente para o reforço do material circulante de passageiros na Linha do Oeste, para pôr cobro às constantes supressões de comboios e à utilização de autocarros em substituição (foi assim que o Ramal da Lousã desapareceu!);
  • A CP possa promover com a maior brevidade ao processo de aquisição de novas composições de passageiros, considerando não só o presente como o futuro da Linha.
  • O Governo não pode somente decidir a electrificação da Linha do Oeste entre Meleças e Caldas da Rainha, sem considerar a necessidade de aquisição de novo material circulante que responda às necessidades presentes e também às decorrentes da concretização do plano de modernização que deverá ocorrer no início da década de 20.
Em conclusão, do que foi possível saber nesta reunião com o Conselho de Administração da CP, é preciso:

  1. Reafirmar a defesa da Linha do Oeste como instrumento indispensável ao desenvolvimento económico e social da Região; como elemento fundamental de ligação a Lisboa e a Coimbra; e, como única alternativa à Linha do Norte.
  2.  Insistir na concretização do plano de modernização (incluindo estações e apeadeiros) e electrificação da Linha, não só entre Meleças e Caldas da Rainha, como daqui até ao Louriçal;
  3. Dotar, no imediato, a Linha do Oeste, de composições que garantam o cumprimento dos actuais horários, sem constrangimentos devidos a falta de material circulante;
  4. Exigir que a CP seja autorizada a adquirir, com a maior brevidade, novos comboios para a Linha do Oeste que permitam dar resposta às necessidades presentes, como futuras.
A Comissão Para a Defesa da Linha do Oeste continua a aguardar que o Secretário de Estado das Infraestruturas marque a reunião por nós pedida, para expor a necessidade da intervenção do Governo neste processo, com vista à sua resolução.

Entretanto, irão ser solicitadas reuniões com as autarquias que são atravessadas pela Linha, no sentido de estas se envolverem nesta nova fase da defesa da Linha do Oeste e brevemente será anunciada pela Comissão a realização de uma iniciativa pública que marque o início deste novo processo de luta.