30 julho 2018



GOVERNO OBRIGADO A ANUNCIAR MEDIDAS
PARA RESOLVER PROBLEMAS DA LINHA DO OESTE

A Comissão Para a Defesa da Linha do Oeste, face às declarações do Ministro do Planeamento e Infraestruturas, tornadas públicas na passada sexta-feira, sobre o aluguer de mais composições a Espanha, para resolver os problemas da falta de material circulante na Linha do Oeste, considera o seguinte:

  1. Que a persistente luta levada a cabo por utentes e todos os amigos da Linha, que culminou na concentração do passado dia 26, junto ao Ministério do Planeamento e Infraestruturas, obrigou o Governo a assumir o compromisso de solucionar os problemas existentes da supressão de comboios e de sucessivos atrasos nos horários; e, a perspectivar a electrificação do troço entre as Caldas da Rainha e o Louriçal;

  1. Que o aluguer de material circulante a Espanha, sendo uma das soluções a considerar - se for em quantidade suficiente - deveria ser tomada em simultâneo com a dotação da EMEF, dos meios humanos (em quantidade suficiente, o que não corresponde aos 102 novos trabalhadores anunciados) e financeiros para a reparação do material circulante que poderia ser utilizado pela CP e que evitaria os actuais constrangimentos;

  1. Que, no período que medeia até à entrada em funcionamento das composições alugadas a Espanha e das reparadas nas oficinas da CP, sejam utilizadas as locomotivas 1400, com uma ou duas carruagens, para assegurar, pelo menos as ligações interregionais;

  1. Que os horários que a CP pretende pôr em vigor a partir de 5 de Agosto, devem ser corrigidos, para continuarem a servir os utentes da Linha do Oeste e não como elemento dissuasor da sua utilização;

  1. Que a CP deve, de imediato, ser autorizada pelo Governo, a proceder à abertura do concurso de aquisição de novo material circulante, para suprir presentes e futuras insuficiências na Linha do Oeste e noutras linhas não electrificadas;

  1. Que o Governo deve assumir o transporte ferroviário como um elemento estruturante para o desenvolvimento económico e social do nosso País e de cada uma das regiões tocada por ele e como tal, o investimento público neste sector deve ser prioritário.

A Comissão Para a Defesa da Linha do Oeste saúda todos os que participaram na concentração do passado dia 26 de Julho e exorta-os a prosseguirem esta luta pelo direito à mobilidade, num transporte ferroviário de qualidade que contribua para o desenvolvimento das regiões servidas pela Linha do Oeste.

30/07/2018

CPDLO

(Nota à Comunicação Social)

CONCENTRAÇÃO DE UTENTES E AMIGOS
DA LINHA DO OESTE
PELA MODERNIZAÇÃO E REQUALIFICAÇÃO
CONTRA A SUPRESSÃO DE COMBOIOS

No decorrer da concentração em frente ao Ministério do Planeamento e Infraestruturas, no passado dia 26 de Julho, uma delegação da Comissão Para a Defesa da Linha do Oeste, foi recebida por assessores do Ministro do Planeamento e do Secretário de Estado das Infraestruturas, a quem entregou um documento, intitulado "PREOCUPAÇÕES E PROPOSTAS SOBRE A LINHA DO OESTE", que fica aqui integralmente reproduzido.


PREOCUPAÇÕES E PROPOSTAS
SOBRE A LINHA DO OESTE


Exmo. Senhor
Ministro do Planeamento
e Infraestruturas


A Linha do Oeste continua sujeita à supressão de comboios, provocada pela falta de material circulante, cada vez mais envelhecido e sem possibilidade de reparação ou substituição, fazendo com que diariamente os passageiros fiquem sujeitos a períodos de espera prolongados pelo comboio seguinte ou sejam transportados em autocarros com percursos que demoram muitas das vezes o dobro do tempo, não respeitam os horários e encarecem os custos de exploração da CP.

Desde o início de 2017, os passageiros passam por um verdadeiro martírio, já que estão sistematicamente sujeito à incerteza de haver ou não haver comboio e sem qualquer informação ou pedido de desculpas por parte da CP porque, como se sabe, a grande maioria das estações e apeadeiros, estão encerrados ou não têm guarnição e é inexistente qualquer serviço electrónico de indicação dos horários, alterações ou supressões.

Quando se confirmava um consistente crescimento da procura de passageiros pela Linha do Oeste, com um crescimento entre 2013 e 2016 de mais de 70 mil utentes, começou a ocorrer um ciclo imparável de supressões de comboios, com início em Janeiro de 2017 que decorrido mais de ano e meio, não tem fim à vista, por ausência de condições da CP para resolver, no imediato, o gravíssimo problema da falta de material circulante.

Problema que era de todo previsível vir a surgir, porquanto dada a idade muito avançada do material circulante a diesel, a sua utilização abusiva por ausência de unidades suficientes e as dificuldades na sua manutenção e reparação, a ausência de investimento em novo equipamento, mais tarde ditariam períodos de crise aguda, como a que presentemente constatamos.

Ainda que parecendo contraproducente a aquisição de novo material circulante a diesel, face à estratégia de electrificação das vias férreas ainda não abrangidas, a realidade veio provar que teria sido de todo acertado dotar a CP dos meios necessários para a aquisição de novas composições, face aos atrasos significativos na concretização dos projectos de modernização das linhas férreas não electrificadas, como a do Oeste.

Ter-se-iam evitado prejuízos, constrangimentos, degradação do serviço prestado e da imagem da empresa pública e redução do número de passageiros.

Estamos num quadro de emergência, na Linha do Oeste, face à incapacidade da CP em dar resposta às reais necessidades do serviço de transporte público de passageiros. E a cada dia que passa, a tendência é de agravamento da situação, que não será ultrapassada pela supressão de comboios e pela sua formalização em horários remodelados que não atendem às reais necessidades dos utentes e que só contribuem para afastar os passageiros da Linha.

Por ser emergente a situação, justificam-se medidas urgentes e excepcionais para, no imediato,
por em funcionamento medidas alternativas que resolvam, com o comboio, a supressão recorrente de horários, em todos os dias da semana. Na opinião da Comissão Para a Defesa da Linha do Oeste, a colocação em circulação das locomotivas 1400, com uma ou duas carruagens, poderá ser uma solução de curtíssimo prazo, até estar encontrada e em condições de circular outra solução.

A Comissão Para a Defesa da Linha do Oeste considera muito preocupante a presente situação, que poderá contribuir para afastar, de novo, os passageiros da Linha e de nada servirá o projecto de requalificação e modernização da Linha do Oeste, mesmo na sua versão mais reduzida, de Meleças a Caldas da Rainha. Sem utentes, de pouco servirá electrificar a Linha e por a circular novos comboios.

O Governo, no quadro de modernização da Linha do Oeste, não deveria ter sido a sua electrificação da Linha do Oeste entre Meleças e Caldas da Rainha, sem considerar a necessidade de aquisição de novo material circulante para responder às necessidades presentes e também às decorrentes da concretização do plano de modernização que deverá ocorrer no início da década de 20.
Por isso, é imperioso que:
  • Seja encontrada uma solução urgente para o reforço do material circulante de passageiros na Linha do Oeste, pondo cobro às constantes supressões de comboios e à utilização de autocarros e táxis em sua substituição, com baixos índices de resposta alternativa;
  • A CP possa concretizar, com a maior brevidade, o processo de aquisição de novas composições de passageiros, considerando não só o presente como o futuro da Linha.

Mesmo sendo criticável a opção por uma modernização só pela metade, esta já deveria ter o concurso lançado, para a obra de electrificação do troço entre Meleças e Caldas da Rainha, o que não sucedeu, fazendo resvalar a conclusão da modernização desta parte da Linha do Oeste para depois do previsto, com graves consequências para os utentes face ao que se está presentemente a passar e que terá tendência a agravar-se, face à ausência de medidas que travem a este processo.

Reafirma-se a necessidade de, no imediato, planificar e encontrar o suporte financeiro, para a electrificação do troço entre as Caldas da Rainha e o Louriçal e aprovar um plano de modernização das infraestruturas da Linha, ao longo de todo o seu percurso, melhorando a informação e comodidade dos passageiros, nas estações e apeadeiros.

A Linha do Oeste, pelas potencialidades que apresenta e pela estrutura instalada, assume-se como um eixo ferroviário da maior importância no contexto da rede ferroviária nacional e das regiões que atravessa e liga, podendo contribuir estrategicamente para o seu desenvolvimento económico e social.

Neste sentido, defende a Comissão Para a Defesa da Linha do Oeste, a assumpção pelo Governo de medidas políticas e orçamentais, que de forma clara, contribuam de forma decisiva para a modernização e requalificação da Linha do Oeste.

26/07/2018
A CPDLO

07 julho 2018



BASTA DE SUPRESSÕES!
SÃO PRECISOS MAIS COMBOIOS NA LINHA DO OESTE!

A Linha do Oeste está a passar por um dos piores momentos da sua vida de mais de um século. Desde o início de 2017, que os utentes estão a sofrer os efeitos da sistemática falta de comboios, com a supressão de muitos horários ao longo do dia e atrasos de horas, nas ligações.


É inaceitável que a CP imponha aos utentes da Linha do Oeste, em alternativa, o transporte em autocarro ou táxi, em ligações cujo tempo de ligação é muito superior ao do comboio, não respeitando, nem horários, nem itinerários e quantas das vezes deixando passageiros em terra.

São precisas medidas urgentes para resolver este problema e dar dignidade ao transporte público de passageiros na Linha do Oeste. Há soluções imediatas que podem, transitoriamente, melhorar a situação, parando com a inaceitável supressão de comboios – a EMEF deve ser dotada dos meios para recuperar uma série de composições a diesel que estão paradas e que podem ser recuperadas, sem reparações significativas; as locomotivas 1400, que actualmente estão sem utilização, com carruagens, podem ser utilizadas na Linha do Oeste, designadamente, nos interregionais.

É PRECISO CONTINUAR
A LUTA EM DEFESA DA LINHA DO OESTE! 

Ao longo dos anos, só a luta dos utentes e de todos aqueles que consideram a Linha do Oeste como um elemento indispensável para o desenvolvimento da região, impediu a concretização de projectos para a sua desactivação, designadamente quanto ao transporte de passageiros.

Será a luta que levará à concretização de medidas que reponham o número suficiente de comboios, sem supressões e que requalifiquem e modernizem a Linha do Oeste, em toda a sua extensão.

A Comissão para a Defesa da Linha do Oeste, decidiu assim dar continuidade à luta.

CONCENTRAÇÃO DE UTENTES E AMIGOS

DA LINHA DO OESTE

26 de Julho – 11.00 horas

Junto ao Ministério do Planeamento e Infraestruturas

Av. Barbosa do Bocage, 5

LISBOA


 


LINHA FERROVIÁRIA DO OESTE

É PRECISO CONTINUAR A LUTA:
POR MAIS COMBOIOS
PELA MODERNIZAÇÃO DA LINHA
CONTRA A SUPRESSÃO DE HORÁRIOS

A CP tentou por em vigor, a partir de 10 de Junho, novos horários para a Linha do Oeste, com a supressão das ligações directas das Caldas da Rainha a Coimbra e a eliminação de vários comboios também a sul das Caldas da Rainha, reduzindo claramente a oferta ao longo do dia, com claro prejuízo para os utentes sem alternativas de ligação num sentido ou no outro.

A pronta reacção da Comissão Para a Defesa da Linha do Oeste, protestando contra esta intenção da CP e o descontentamento manifestado pelos utentes, fez com que a situação se alterasse, com o Ministério do Planeamento e Infraestruturas a anunciar que não dava o aval à alteração dos horários apresentada pela Empresa.

Contudo, não podemos ficar descansados, já que poderão surgir novas tentativas da CP, para proceder à alteração dos horários, com o mesmo ou idêntico grau de supressão de comboios, o que é de todo inaceitável, pelo prejuízo que causa aos utentes e pelo que hipoteca o futuro da Linha do Oeste.

Não podemos descansar.

É PRECISO CONTINUAR A LUTA

-SÃO PRECISOS MAIS COMBOIOS

Desde o início de 2017 que os utentes da Linha do Oeste sofrem os efeitos da sistemática supressão de comboios, parte das vezes substituídos por autocarros e táxis, resultado da crescente falta de composições a diesel para servir a Linha do Oeste.

Esta ausência de investimento da CP é o reflexo da opção política de sucessivos governos que têm apostado na construção de autoestradas e no consequente favorecimento do transporte rodoviário de passageiros.

Mesmo que os horários não sejam alterados, o insuficiente número de composições continuará a provocar supressões diárias de comboios, pelo que se exige da CP a adopção de urgentes medidas para resolver este problema, sem hipotecar o futuro da Linha do Oeste.

-PELA MODERNIZAÇÃO DA LINHA

A modernização da Linha do Oeste, com a sua requalificação, através da electrificação, automatização da sinalização e agulhas, melhoria do traçado, duplicação da via onde se justifique, recuperação das estações e apeadeiros, coordenação dos horários com os do transporte colectivo de passageiros, é uma peça fundamental para garantir o futuro deste troço ferroviário.

O actual plano de modernização da Linha, ainda em fase de projecto, peca por insuficiente, considerando que só atingirá o troço entre Meleças e Caldas da Rainha. E, ainda assim, só em 2021, estará concluído.

Pelo que se exige que o troço entre Caldas da Rainha e Louriçal, no imediato, seja incluído num novo plano de modernização, a lançar quanto antes.

PETIÇÃO COM MAIS DE 6400 ASSINATURAS
ENTREGUE NA ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA

A Comissão Para a Defesa da Linha do Oeste, foi recebida pelo Vice-Presidente da Assembleia da República, em audiência, no dia 28 de Maio, a quem foi entregue a Petição “PELA MODERNIZAÇÃO DA LINHA FERROVIÁRIA DO OESTE”, juntamente com 6408 assinaturas.

Espera-se agora a apreciação da Petição, altura em que esta Comissão poderá pronunciar-se novamente sobre o assunto e, mais tarde, em Plenário.

A Comissão Para a Defesa da Linha do Oeste manifesta o seu agradecimento a todos os que subscreveram a Petição e aos que contribuíram para a recolha de um número tão significativo de assinaturas, na convicção de que esta disponibilidade e mobilização é o garante de que a Linha do Oeste terá futuro.