27 fevereiro 2017


SÃO PRECISAS MAIS COMPOSIÇÕES 
PARA A LINHA DO OESTE

Os utentes da Linha do Oeste estão a ser confrontados com uma nova vaga de supressões de comboios, no troço entre Caldas da Rainha e Meleças, fruto da cada vez maior falta de composições em circulação. Já se chegou ao ponto de substituir comboios por autocarros alugados. 

A CP deixou de investir há largo tempo em composições a “diesel” e na recuperação das que ainda tem ao serviço. Entretanto, como a electrificação da Linha do Oeste tarda, há cada vez menos material circulante para garantir o tráfego normal e muito menos, as eventuais avarias ou acidentes.

Como se tal não chegasse, a CP decidiu dispensar para a Linha do Douro, a única automotora mais recente – a 592 – que assegurava o comboio inter-regional entre as Caldas da Rainha e Coimbra. Agora, este serviço passará a ser feito pelas UDD e pelas Allan, bem mais velhas e muito menos confortáveis.

Em termos gerais, estamos a assistir a uma degradação da qualidade do serviço prestado pela CP na Linha do Oeste, depois de nos anos mais recentes o número de passageiros ter subido, devido a uma melhoria dos horários, redução dos tempos de percurso e mais comboios.

A Comissão Para a Defesa da Linha do Oeste considera muito preocupante esta situação, que poderá contribuir para afastar, de novo, os passageiros da Linha e com isto ficar em causa o processo de requalificação e modernização da Linha do Oeste.

Entretanto, já deveria ter sido lançado o concurso para a obra de electrificação do troço entre Meleças e Caldas da Rainha, o que não sucedeu, fazendo resvalar a conclusão da modernização desta parte da Linha do Oeste para depois do previsto, com graves consequências para os utentes. Já se fala num atraso de ano e meio!

Quanto mais tempo passar sem a electrificação da Linha, mais se agravará a falta de composições e se degradará a qualidade do serviço prestado.

A Comissão Para a Defesa da Linha do Oeste considera que a CP deve, de imediato, não só repor a “592” daqui retirada, como reforçar o número de composições a circular, para evitar as anomalias verificadas nas últimas semanas e exige que a Infraestruturas de Portugal,SA, lance com a maior urgência o concurso da obra de electrificação do troço Meleças/Caldas da Rainha.

Isto, independentemente de continuarmos a defender que para garantir a integral requalificação e modernização da Linha do Oeste, o Governo deve planificar a electrificação do troço Caldas/Louriçal e a modernização das infraestruturas, nomeadamente de estações e apeadeiros.

A Comissão Para a Defesa da Linha do Oeste, solicitou já audiências, ao Presidente do Conselho de Administração da CP e ao Secretário de Estado das Infraestruturas, para expor as suas preocupações e exigências sobre a Linha, perspectivando a possibilidade de vir a desenvolver outras iniciativas com o envolvimento dos utentes e demais população, caso a situação se mantenha.

Caldas da Rainha, 27 de Fevereiro de 2017

A Comissão Para a Defesa da Linha do Oeste