SÃO
PRECISAS MAIS COMPOSIÇÕES
PARA A LINHA DO OESTE
Os
utentes da Linha do Oeste estão a ser confrontados com uma nova vaga
de supressões de comboios, no troço entre Caldas da Rainha e
Meleças, fruto da cada vez maior falta de composições em
circulação. Já se chegou ao ponto de substituir comboios por
autocarros alugados.
A
CP deixou de investir há largo tempo em composições a “diesel”
e na recuperação das que ainda tem ao serviço. Entretanto, como a
electrificação da Linha do Oeste tarda, há cada vez menos material
circulante para garantir o tráfego normal e muito menos, as
eventuais avarias ou acidentes.
Como
se tal não chegasse, a CP decidiu dispensar para a Linha do Douro, a
única automotora mais recente – a 592 – que assegurava o comboio
inter-regional entre as Caldas da Rainha e Coimbra. Agora, este
serviço passará a ser feito pelas UDD e pelas Allan, bem mais
velhas e muito menos confortáveis.
Em
termos gerais, estamos a assistir a uma degradação da qualidade do
serviço prestado pela CP na Linha do Oeste, depois de nos anos mais
recentes o número de passageiros ter subido, devido a uma melhoria
dos horários, redução dos tempos de percurso e mais comboios.
A
Comissão Para a Defesa da Linha do Oeste considera muito preocupante
esta situação, que poderá contribuir para afastar, de novo, os
passageiros da Linha e com isto ficar em causa o processo de
requalificação e modernização da Linha do Oeste.
Entretanto,
já deveria ter sido lançado o concurso para a obra de
electrificação do troço entre Meleças e Caldas da Rainha, o que
não sucedeu, fazendo resvalar a conclusão da modernização desta
parte da Linha do Oeste para depois do previsto, com graves
consequências para os utentes. Já se fala num atraso de ano e meio!
Quanto
mais tempo passar sem a electrificação da Linha, mais se agravará
a falta de composições e se degradará a qualidade do serviço
prestado.
A
Comissão Para a Defesa da Linha do Oeste considera que a CP deve, de
imediato, não só repor a “592” daqui retirada, como reforçar o
número de composições a circular, para evitar as anomalias
verificadas nas últimas semanas e exige que a Infraestruturas de
Portugal,SA, lance com a maior urgência o concurso da obra de
electrificação do troço Meleças/Caldas da Rainha.
Isto,
independentemente de continuarmos a defender que para garantir a
integral requalificação e modernização da Linha do Oeste, o
Governo deve planificar a electrificação do troço Caldas/Louriçal
e a modernização das infraestruturas, nomeadamente de estações e
apeadeiros.
A
Comissão Para a Defesa da Linha do Oeste, solicitou já audiências,
ao Presidente do Conselho de Administração da CP e ao Secretário
de Estado das Infraestruturas, para expor as suas preocupações e
exigências sobre a Linha, perspectivando a possibilidade de vir a
desenvolver outras iniciativas com o envolvimento dos utentes e
demais população, caso a situação se mantenha.
Caldas
da Rainha, 27 de Fevereiro de 2017
A
Comissão Para a Defesa da Linha do Oeste