16 outubro 2014

IMPÕE-SE A MODERNIZAÇÃO DA LINHA DO OESTE














É PRECISO UM SERVIÇO PÚBLICO 


DE QUALIDADE

A Linha do Oeste continua sujeita à supressão de comboios, provocada pela falta de material circulante, cada vez mais envelhecido e sem possibilidade de reparação ou substituição, fazendo com que, nomeadamente, no troço entre as Caldas da Rainha e Meleças, os passageiros fiquem sujeitos a períodos de espera prolongados pelo comboio seguinte.
As últimas semanas têm sido de verdadeiro martírio para quem precisa de utilizar o comboio naquele troço, já que está sistematicamente sujeito à incerteza de haver ou não haver comboio e sem qualquer informação ou pedido de desculpas por parte da CP, já que, como se sabe, a grande maioria das estações e apeadeiros, estão encerrados ou não têm pessoal e é inexistente qualquer serviço electrónico de indicação dos horários ou alterações.
Estamos em presença de um reiterado incumprimento da obrigação do Governo em fornecer, através da CP, um serviço público de qualidade, neste caso de transporte público de passageiros, sem que haja indicações de a situação vir a ser corrigida a curto prazo de forma consistente, o que associado ao sucessivamente adiado processo de modernização, poderá pôr em causa a recuperação que se vinha verificando no aumento do número de passageiros transportados, após as alterações introduzidas nos horários, fruto da luta travada entre 2010 e 2012 contra a degradação da Linha do Oeste.
Entretanto, continua por clarificar aquilo que o Governo quer fazer quanto à anunciada modernização da Linha do Oeste, depois de ter sido autorizado o início do estudo para a electrificação do troço entre Caldas da Rainha e Meleças, deixando de fora o percurso até ao Louriçal, situação que justifica uma explicação:
  • porque se trata da parte da linha em que maior número de passageiros são transportados presentemente, por exemplo, entre Caldas da Rainha-Leiria-Coimbra;
  • porque é o troço que melhor compete com o transporte rodoviário colectivo, no tempo por viagem.
A não ser estendido a este troço o processo de electrificação da linha que o Governo anunciou querer concretizar, ficam por explorar todas as potencialidades já suficientemente demonstradas quanto à sua importância, como ligação regional e inter-regional.

A Comissão para a Defesa da Linha do Oeste considera assim que:
  • A CP deve tomar urgentes medidas para pôr em funcionamento suficiente material circulante que impeça as sistemáticas supressões de comboios na Linha do Oeste;
  • A reabertura de estações, com pessoal que possa dar assistência aos passageiros;
  • A instalação de todas as estações e apeadeiros com um sistema de informação electrónica de horários e alterações;
  • A definição clara de que o processo de electrificação e outras obras de modernização da Linha do Oeste, envolverão simultaneamente os troços a sul e a norte das Caldas da Rainha;
A Comissão Para a Defesa da Linha do Oeste considera, finalmente, que a melhor forma de defender a requalificação e modernização da Linha, passa pela sua manutenção na esfera dos serviços públicos, afastando qualquer hipótese de privatização por venda ou concessão.
Esta Comissão, irá continuar a sua luta em defesa da Linha do Oeste, com as iniciativas que se justificarem mais adequadas a cada momento, podendo já anunciar que vão, no imediato, ser solicitadas reuniões com o Secretário de Estado dos Transportes e o Conselho de Administração da CP e irá ser dirigido aos Grupos Parlamentares da Assembleia da República, um memorando sobre a presente situação.
A Comissão Para a Defesa da Linha do Oeste apela ainda aos utentes e à população da região do Oeste para que se disponibilizem em participar nas iniciativas públicas que se mostrem necessárias levar a cabo para defender a requalificação e modernização da Linha do Oeste.