É
PRECISO UM SERVIÇO PÚBLICO
DE QUALIDADE
DE QUALIDADE
A
Linha do Oeste continua sujeita
à
supressão
de comboios, provocada pela falta de material circulante, cada vez
mais envelhecido e sem
possibilidade de
reparação
ou substituição, fazendo com que, nomeadamente, no troço entre as
Caldas da Rainha e Meleças, os passageiros fiquem
sujeitos a períodos de espera prolongados pelo comboio seguinte.
As
últimas semanas têm sido de verdadeiro martírio para quem precisa
de utilizar o comboio naquele troço, já que está sistematicamente
sujeito à incerteza de haver ou não haver comboio e sem qualquer
informação ou pedido de desculpas por parte da CP, já que, como se
sabe, a grande maioria das estações e apeadeiros, estão encerrados
ou não têm pessoal e é inexistente qualquer serviço electrónico
de indicação dos horários ou alterações.
Estamos
em presença de um reiterado incumprimento da obrigação do Governo
em fornecer, através da CP, um serviço público de qualidade, neste
caso de transporte público de passageiros, sem que haja indicações
de a situação vir a ser corrigida a curto prazo de
forma consistente,
o que associado ao sucessivamente
adiado
processo de modernização, poderá
pôr em causa a recuperação que se vinha verificando no aumento do
número de passageiros transportados, após as alterações
introduzidas nos horários, fruto da luta travada entre 2010 e 2012
contra a degradação da Linha do Oeste.
Entretanto,
continua por clarificar aquilo que o Governo quer fazer quanto à
anunciada modernização da Linha do Oeste, depois de ter sido
autorizado o início do estudo para a electrificação do troço
entre Caldas da Rainha e Meleças, deixando de fora o percurso até
ao Louriçal, situação que justifica uma explicação:
- porque se trata da parte da linha em que maior número de passageiros são transportados presentemente, por exemplo, entre Caldas da Rainha-Leiria-Coimbra;
- porque é o troço que melhor compete com o transporte rodoviário colectivo, no tempo por viagem.
A
não ser estendido a este troço o processo de electrificação da
linha que o Governo anunciou querer concretizar, ficam por explorar
todas as potencialidades já suficientemente demonstradas quanto à
sua importância, como ligação regional e inter-regional.
A
Comissão para a Defesa da Linha do Oeste considera assim que:
- A CP deve tomar urgentes medidas para pôr em funcionamento suficiente material circulante que impeça as sistemáticas supressões de comboios na Linha do Oeste;
- A reabertura de estações, com pessoal que possa dar assistência aos passageiros;
- A instalação de todas as estações e apeadeiros com um sistema de informação electrónica de horários e alterações;
- A definição clara de que o processo de electrificação e outras obras de modernização da Linha do Oeste, envolverão simultaneamente os troços a sul e a norte das Caldas da Rainha;
A
Comissão Para a Defesa da Linha do Oeste considera, finalmente, que
a melhor forma de defender a requalificação e modernização da
Linha, passa pela sua manutenção na esfera dos serviços públicos,
afastando qualquer hipótese de privatização por venda ou
concessão.
Esta
Comissão, irá continuar a sua luta em defesa da Linha do Oeste, com
as iniciativas que se justificarem mais adequadas a cada momento,
podendo já anunciar que vão, no imediato, ser solicitadas reuniões
com o Secretário de Estado dos Transportes e o Conselho de
Administração da CP e irá ser dirigido aos Grupos Parlamentares da
Assembleia da República, um memorando sobre a presente situação.
A
Comissão Para a Defesa da Linha do Oeste apela ainda aos utentes e à
população da região do Oeste para que se disponibilizem em
participar nas iniciativas públicas que se mostrem necessárias
levar a cabo para defender a requalificação e modernização da
Linha do Oeste.