A
CP adiou para meados de Setembro, a entrada em vigor dos novos
horários dos comboios de passageiros, na Linha do Oeste, medida que
põe, mais uma vez em causa, o processo de requalificação há muito
desejado.
Ao
que a Comissão conseguiu apurar, este adiamento tem origem na falta
de material circulante para garantir horários com maior frequência
de composições.
Confirmando-se
este facto, podemos concluir que isto é resultado da política de
destruição da CP, que tem por base a minimização da importância
estratégica do transporte ferroviário e que levou já ao
encerramento de centenas de quilómetros de linha férrea, à
ausência de investimento para a renovação e modernização de
infraestruturas e material circulante e à destruição de centenas
de postos de trabalho.
No
caso concreto da Linha do Oeste, não há material circulante
suficiente, nem para a satisfação das actuais necessidades de
horários que, diga-se em abono da verdade, são bem poucas. E por
isso, de há uns tempos a esta parte, vários foram os dias em que se
verificou a supressão de comboios.
E,
até agora, apesar de saber que precisa de mais composições para
garantir horários com maior frequência de comboios, a CP não tomou
quaisquer medidas credíveis para que aquele objectivo seja
concretizado a curto prazo.
O
Presidente da CP, quando anunciou em Leiria, no passado mês de Maio,
a introdução dos novos horários para “meados de Julho”deveria
já ter garantidas as condições para a sua concretização. Como
tal não aconteceu, aí está o primeiro adiamento.
Cada
dia que passa, em que não são introduzidas pelo menos estas medidas
anunciadas, a Linha do Oeste perde, mais e mais, passageiros.
Por
isso, impõe-se que:
- Com a maior urgência sejam encontradas as condições para a concretização dos novos horários;
- Sejam clarificadas pela CP e pela REFER, quais as restantes medidas de requalificação que pretendem concretizar e que são indispensáveis para uma linha com futuro.
Queremos
ainda realçar que o Presidente da CP, não ouviu até hoje esta
Comissão, sobre o modelo de novos horários que pretende lançar,
quando a mesma é composta por vários utentes diários da Linha do
Oeste, apesar de estar solicitada, desde Abril, uma reunião que até
hoje não foi marcada.