De
acordo com informações recolhidas pela Comissão para a Defesa da
Linha do Oeste, os combóios de passageiros irão ser suprimidos a
partir do próximo dia 15, no troço entre as Caldas da Rainha e a
Figueira da Foz.
Trata-se
de uma medida inaceitável, pelos prejuízos que causa às populações
em geral, aos utentes e a toda a região servida pela Linha do Oeste,
que contraria em absoluto a vontade manifestada massivamente por
deputados, autarcas, agentes económicos, técnicos e outros
trabalhadores ferroviários e pela população.
A
decisão, a ser concretizada, só vem confirmar que acima das razões
que confirmam a viabilidade da Linha do Oeste, se forem tomadas as
adequadas medidas para a sua reabilitação, há outras, impostas
pelo grande capital privado, às quais o Governo e o Conselho de
Administração da CP se estão a submeter.
Isto
é bem evidente pela coincidência na decisão de suprimir o
transporte de passageiros no troço entre Caldas e Figueira e de ser
apresentada uma nova linha de transporte rodoviário entre as Caldas
e Leiria, com reços e horários que combatem os propostos pela CP.
Como
tem sido evidente, ao longo dos anos, pela desgraçada forma de
exploração da Linha do Oeste, na área de passageiros, com a
sistemática redução do número de combóios; com a desadequação
de horários para as necessidades dos utentes; com a destruição de
infraestruturas que só reduzem o conforto dos passageiros; com
tantas e tantas medidas que têm provocado o divórcio entre o
transporte ferroviário e os utentes.
A
Comissão para a Defesa da Linha do Oeste manifesta o seu maior
repúdio pela concretização desta medida e apela à população dos
concelhos abrangidos pelo troço da Linha afectado, para que pelas
mais variadas formas protestem contra a decisão tomada e a sua
concretização.
A
Comissão divulgará na próxima sexta-feira as medidas que irá
adoptar para continuar a luta pela requalificação da Linha do
Oeste.
1 comentário:
A CP veio desmentir, em comunicado que emitiu hoje, a supressão de combóios no troço a norte das Caldas a partir do próximo dia 15. Dizem que não estava no seu horizonte tal intenção. Só não conseguem explicar que instruções afinal deram aos trabalhadores que claramente indiciavam tal supressão. Eles bem tentam. Procuram ver qual é a reacção. Se ninguém reagir, concretizam. Neste caso, reagimos rapidamente. Vai daí, resolveram arrepiar caminho. Mas novas tentativas virão.
Se outra intenção tivessem, já teriam adoptado, com o aval do governo, as medidas propostas no relatório do Engº Nelson Oliveira que em muito contribuiriam para viabilizar a Linha do Oeste, tornado-a menos penalizadora para a CP e mais apelativa para os utentes. Assim fossem eles dignos representantes do interesse público e do serviço público de transportes.
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